Ouroboros.
Passo a maior parte do tempo esperando ansiosamente pelo fim, assim como espero um cigarro terminar para que possa dar atenção à outra coisa – que me levará ao próximo cigarro.
Uma ânsia do que está por vir, para poder, enfim, sentir o leve perfume quase irreconhecível da nostalgia. Não existe solidão e seu antônimo desconhecido: são solidões diferentes.
Não sei mais por onde comecei. É o tipo de coisa que se começa pelo meio.
Para mim seria a saudade do que ainda está por vir… A saudade do que já foi… Nunca a coragem para aproveitar o aogra… O agora é duro de mais e as coisas esquecidas ou sonhadas sao muito mais simples e completas…
Nunca elas chegam.
Por isso que eu adoro os seus posts!
Ansiedade pelo futuro que na realidade só se torna o presente que queremos quando nos apropriamos da nossa vida. Também ansiedade pelo nada, a morte insidiosa que não nos esquece.
“leve perfume […] da nostalgia” pelo passado que não passa de mais uma ilusão que agarramos com força e que se desfaz em pó entre nossas memórias. Só temos o presente e esse futuro que criamos quando não nos deixamos levar pela vida.
abraço