Kovalam
O trem de Alappuhza-Trivandrum atrasou-se quase 3 horas inesperadamente. Estava previsto chegar a Trivandrum, capital do estado de Kerala às 20:30h, porém consegui chegar apenas as 23:45h!
Não tinha ligado pra hotel, não tinha reserva, só sabia de uma rua que era repleta deles. A rua estava deserta. Tudo estava fechado.
Em vários hotéis as pessoas da recepção estavam dormindo, e nem quiseram me atender. Só diziam “full full full“. Começou a bater aquele frio na barriga. “Será que vou dormir na rua?” – Pensei…
Por sorte achei um bem carinho (630 rupees) pelo o que ele oferecia. Naquela situação não pude recusar. O cara estava dormindo quando cheguei, quase não abriu pra mim, e me fez milhares de perguntas antes de finalmente me alugar o quarto.
Como estava tudo fechado me dei mal: não havia comido nada na estação e passei a noite com fome e sede. A solução foi dormir o mais rápido possível. No outro dia, procurei um hotel melhor e mais barato, me mudei, tomei café e fui direto para Kovalam.
Kovalam é um lindo balneário a 18 km de Trivandrum. Quando cheguei, apesar da beleza paradisíaca do local, me decepcionei com a quantidade de gente na praia e o ar de local demasiadamente turístico.
Achei um lugar tranquilo no canto da praia Hawah, e dei um mergulho refrescante naquele calor parecido com aqueles dias quentes e abafados do nosso lindo Brasil.
Me surpreendi com a água cristalina e deliciosa, com umas marolas legais que proporcionaram uns jacarés guarapa style.
Não me demorei muito e fui tentar achar outro pico mais isolado, pra buscar um pouco de paz. Sai andando na direção norte da praia. Fui caminhando pela areia e me surpreendendo com a paisagem divina que ia se modificando com o passar das nuvens. Não é a toa que Kerala é apelidada de God’s own country!
Passei por lindos resorts na beira da praia, não tão agressivos quanto os da cidade, e cheguei a uma vila de pescadores. Aí eu curti! Só a galera local. Tomei uns cocos, conversei, encontrei uns muleques muito engraçados que falavam um pouco de inglês e ficamos fazendo piadas, tirando fotos e nos divertindo.
Na volta fui consagrado com um por do sol lindo e um personagem que pescava sozinho em sua rústica canoa. Tirei umas fotos e voltei pra Trivandrum com uma vontade enorme de ter ficado mais.
Fotos, aventuras e texto por Francisco Neto
Belíssimo trabalho, parabéns!