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Casa CatraiaCatraia’s House

O coletivo inglês Friction Arts esteve em Vitória recentemente, e realizou uma ação conjunta com a Associação dos Moradores de Paul, os Catraieiros, Coletivo Expurgação, Estudantes da UFES, DJ’s , artistas e músicos ingleses em prol do ofício e tradição histórica dos Catraieiros.

The english collective Friction Arts was in Vitória recently and realized an action with the Association of Residents of Paul, the Catraieiros, Expurgação collective, students from the local University, DJ’s, artists and musicians to promote the historical tradition of Catraieiros.

The Casa Catraia (Catraia’s House) sits on Paul neighborhood – where the intervention took place – is where workers keep their boats and make minor repairs on them. The place was abandoned, as well as the catraieiro’s traditional craft work.

With the goal of restoring dignity and self-esteem of workers and neighborhood residents, roll up our sleeves in the hard work of cleaning and painting the place. This work culminated in a beautiful Saturday afternoon (11/05/2012) with music, culture and good energy shared with residents from Paul and the Catraieiros.

The MSc. Clara Miranda, professor in the department of Architecture and Urbanism of The Federal University from Espírito Santo (UFES), gave us this wonderfull text that brings us an overview of the importance of this activity:

“The activity developed by the Catraieiros from the bay of Vitória is one of the oldest crafts of Espirito Santo state, serving to transport passengers and cargo through the canal. It is part of the landscape and the everyday surroundings of the Bay Centre (Vitória, Paul, Argolas) since the beginning of Portuguese colonization.

According to the Brazilian Federal Constitution, it should be protected the assets of material and immaterial nature, taken individually or together, bear reference to the identity, the action, the memory of the various groups that form the brazilian society, which include: the forms of expression, modes of creating, making and living. The forms of protection by the Government, in collaboration with the community, is to protect the cultural heritage of Brazil, by means of inventories, logs, monitoring, tumbling and expropriation, and other forms of precaution and preservation.

The Catraieiros from the Vitória’s bay has been losing their ports to comercial seaports and modernization since 1918. Only two points in the city of Vila Velha were left, in Paul, and one in Vitória (it is occupied since 1940). In work begun in 2012, the catraieiros, once more, have been displaced from their place of work to carry out the modernization work of the seaport.

The environmental licensing process of the expansion of the seaport cites “use conflict” between the catraieira activity and the seaport expansion, “for the maintenance of these activities depend directly on access to the channel of Vitória Harbour.” Thus, we anticipate the “impracticability of activity developed by catraieiros in the same place.”

This shift has made the voyage longer, dangerous and delayed, bringing catraieiros material damage, with significant loss of earnings, as well as increased physical stress, thus impacting on the health of workers.

Documents were surveyed for referral to the Institute of Historical and Artistic Heritage (IPHAN), to safeguard the catraieira activity as Intangible Cultural Heritage. Petitions were also filed with the Federal Public Ministry to guard the right of the catraieiros.

The catraieiros fulfill a function that the State insists in ignore, which is the implementation of water transport in cities with the potential to develop it, which is the case of Vitória. The points that the catraieiros occupy collide with their public spaces, which connects the harbor to the city. These are spaces that the local communities use as a cultural landscape, way of life and utilities.

The permanence of catraieiros means the public enjoyment of these spaces! ”

Expurgação collective is grateful to have had the opportunity to work and be with people so enlightened, that together made ​​it happen a day that will remain in our memory and in all those who were present. Moments translated by this video which contains part of what was provided in a simple boat trip: Meetings, landscapes, friendship, love, music and joy.

Special thanks to the Institute Quorum, Festival Espírito Mundo, Sandra Hall, Lee Griffith, Simon Walker, Caio Perim, Gabriel Ramos, Clara Miranda, Thairo Pandolfi, Thiara Pelissari, Ellis and Riognagh, Glen Anderson, Dan Burwood, DJs Switch and Feva, Acts Hip Hop Crew, Mendi Singh, Kedma Andrade, Flavia Arruda, the community of Paul, the Catraieiros, and everyone who participated, attended and helped in any way so that this action could take place.

Gratefulness! A Casa Catraia que fica em Paul – local onde aconteceu a intervenção – é onde os trabalhadores guardam seus barcos e fazem pequenos reparos. O lugar estava abandonado, aos cacos, assim como o ofício dos catraieiros perante os interesses mercantilistas e petroleiros.

Com o objetivo de devolver a dignidade e auto-estima desses trabalhadores e moradores do bairro, arregaçamos as mangas  num trabalho árduo de limpeza e pintura do local. Esse trabalho, culminou numa bela tarde de sábado (11/05) com muita música, cultura e boas energias compartilhadas com os moradores de Paul e os Catraieiros.

A Msc. Clara Miranda, professora do departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFES, nos brindou com esse bravo texto que, complementado pelo vídeo que produzimos, nos dá um panorama da importância dessa atividade:

“A atividade desenvolvida pelos Catraieiros da Baia de Vitória é um dos oficios mais antigos do Estado do Espírito Santo, servindo para o transporte de passageiros e cargas através do canal. Faz parte da paisagem e do cotidiano das imediações da Baía (Centro de Vitória, Paul, Argolas) desde os primórdios da colonização portuguesa.

De acordo com a Constituição Federal Brasileira, devem ser protegidos os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver. As formas de salvaguarda pelo Poder Público, com a colaboração da comunidade, são a proteção do patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.

Os Catraieiros da Baia de Vitória vem cedendo seus pontos aos portos e sua modernização desde 1918. Restaram apenas dois pontos um no município de Vila Velha, em Paul, e o outro em Vitória (este ocupado desde 1940). Na obra iniciada no ano de 2012, os catraeiros mais uma vez foram deslocados de seu local de atuação para a realização das obras de modernização do Porto.

O processo de licenciamento ambiental das obras de expansão do Porto cita “conflito de uso” entre a atividade catraieira e a ampliação portuária, “pois a manutenção dessas atividades depende diretamente do acesso ao canal da Baía de Vitória”. Desse modo, se prevê a “inviabilização da atividade desenvolvida pelos catraieiros no mesmo local”.

Esse deslocamento tornou a travessia mais longa, perigosa e demorada, trazendo aos catraieiros prejuízos materiais, com significativa diminuição de suas rendas, e também aumento do desgaste físico, impactando assim sobre a saúde dos trabalhadores.

Documentos foram inventariados para encaminhamento ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), para a salvaguarda da atividade catraieira como Patrimônio Cultural Imaterial. Petições também foram impetradas junto ao Ministério Público Federal para resguardo dos direito dos catraeiros.

Os catraieiros cumprem uma função que o Estado ignora, que é a implantação do transporte hidroviário em cidades com potencial para desenvolver este sistema, que é o caso da Baía de Vitória. Os pontos que os catraeiros ocupam coincidem com espaços públicos, que entralaçam o porto à cidade. São espaços reinvindicados pelas comunidades que os utilizam como paisagem cultural e de utilidade pública.

A permanência dos catraeiros significa a fruição pública desses espaços!”

Nós do coletivo Expurgação nos mostramos muito gratos por termos tido a oportunidade de trabalhar e conviver com pessoas tão iluminadas, que juntas fizeram acontecer um dia que ficou na nossa memória e na de todos que estiveram presentes. Momentos eternizados por esse vídeo que contém parte do que nos foi proporcionado em uma simples travessia de barco: Encontros, paisagens, amizade, amor, música e muita alegria.

Agradecimentos especiais ao Instituto Quórum, Festival Espírito Mundo, Sandra Hall, Lee Griffith, Simon Walker, Caio Perim, Gabriel Ramos, Clara Miranda, Thairo Pandolfi, Thiara Pelissari, Ellis and Riognagh, Glen Anderson, Dan Burwood, Dj’s Switch e Feva, Atos Hip Hop Crew, Mendi Singh, Kedma Andrade, Flavia Arruda, a comunidade de Paul, aos Catraieiros, e a todos que participaram, compareceram e ajudaram de alguma forma essa ação acontecer.

GRATIDÃO!

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4 Comments

  • caetano on 30 maio 2012

    sensacional, galera. vídeo lindo e ideia maravilhosa. parabéns!

  • Mayara Durães on 30 maio 2012

    O vídeo ficou sensacional! Que isso!!!!!!!!!

  • Clara Miranda on 30 maio 2012

    Melhor que excelente o vídeo. Lindo!!! pensava aqui sem ofender religião nem religiosos, que o poder de mobilização da arte é maior, mais bonito. Nunca soube de uma guerra provocada pela arte. Embora os maneiristas vivessem puxando faca um pro outro; e futuristas, surrealistas e dadaístas adorassem uma briga!!! quem não gosta de lutar…obrigada pelo vídeo

  • maria on 31 maio 2012

    que bom que ainda existem aqueles que se lembram dos simples e indispensáveis à nossa memória, obrigada aos catraieiros, por sobreviverem ao tempo, às mudanças e aos interesses dos que invadem a nossa cidade para destruir nossas belezas naturais, nossa história e gente. parabéns a todos

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