Revelando os ecos da criação
Quando olhamos para o céu em uma noite sem nuvens vemos incontáveis pontos luminosos – que chamamos de estrelas. Na verdade, essas estrelas são corpos celestes similares ao nosso sol, diferindo em tamanho, composição química, tempo de existência, e também
na quantidade de planetas que o circundam. Há muito tempo especulamos sobre possíveis “zonas habitáveis” existentes no Universo. As “zonas habitáveis” são estabelecidas de acordo com a distância existente entre o planeta e seu respectivo sol, já que isso determina as condições climáticas apropriadas para abrigar o desenvolvimento da vida como conhecemos em nosso lar, a Terra. Contudo, o habitat ideal para o desenvolvimento da vida é aquele que primordialmente permite a existência de água líquida e da atmosfera.
E foi ontem, dia 05 de dezembro de 2011, que a busca por possíveis mundos berços da vida foi confirmada e divulgada para todo o mundo através do comunicado oficial da Agência Espacial Norte-Americana (NASA). Cientistas afirmam que o planeta Kepler 22b tem grandes chances de abrigar formas de vida interessantes. O astro possui um raio 2,4 vezes maior que o da Terra e seu movimento de translação dura 290 dias! É como se em Kepler 22b pudesse vigorar um calendário solar de 10 meses com 29 dias cada. O que desanima aqueles que vislumbram uma viagem até Kepler 22b é a distância, estimada em 600 anos-luz do nosso planeta.
Mesmo com essa descoberta inédita, o meio científico aguarda as informações da sonda Kepler sobre esta área promissora, que abrange 150 mil estrelas entre as constelações do Cisne e de Lira, à procura de novos mundos, ou “goldilocks”. No total, os cientistas já mapearam 1.094 “goldilocks” nessa faixa do universo, o que aumentam as possibilidades de encontrarem mais “zonas habitáveis”.
Europa, uma possível zona habitável em nosso Sistema Solar: Quando a ficção se torna científica
A lua de Júpiter chamada Europa ainda é o lugar mais acessível para o homem dentre os demais corpos celestes que possam abrigar condições favoráveis à vida. Desde 1995, cientistas evidenciam a presença de oxigênio submerso na camada de gelo que esconde os oceanos da lua Europa, que pode abrigar milhões de microorganismos vivos. Porém, a Universidade do Arizona não elimina a possibilidade de haver formas complexas de vida aquática.
Cinema e Realidade
No filme “2010: O ano em que faremos contato“, produzido em 1984 pelo diretor Peter Hyams, com roteiro de Peter Hyams e do renomado astrônomo Arthur C. Clarke, foi abordado o desenvolvimento de vida primitiva na lua Europa. Este corpo celeste estaria sendo observado por uma forma de vida inteligente que a tratava como uma redoma, proibindo a aproximação dos cientistas humanos. Nesse filme, esta forma de inteligência agiu, de fato, com extrema sabedoria. Na realidade, cientistas tentam reproduzir as condições iniciais em que a vide surgiu, logo, o estudo aprofundado desse novo habitat lunar onde a vida estaria iniciando, com robôs à procura de amostras de solo, água e possíveis vegetais, é uma premissa humana que beira o presente. Mas, a interferência desses equipamentos humanos poderá influenciar diretamente as condições desse meio “primitivo”, dessa forma, comprometendo o desenvolvimento da vida natural nesse astro.
“2010” foi o sucessor do clássico “2001: Uma odisséia no espaço“, produzido em 1968 pelo diretor Stanley Kubrick, com roteiro de Kubrick e Arthur C. Clarke. Apesar da direção dos filmes serem diferentes, ambas as obras apresentam atores em comum, ao exemplo de Douglas Rain e Keir Dullea. As duas obras cinematográficas também foram inspiradas em obras literárias do astrônomo e escritor Arthur C. Clarke, que fazem parte da quadrilogia: “2001: Uma odisséia no espaço” (1968), “2010: Uma odisséia no espaço 2” (1982), “2061: Uma odisséia no espaço 3” (1988), e “3001: A odisséia final” (1997).