I Ching: conhecimento ancestral
O I Ching é um texto clássico milenar que fundou as ciências e as artes chinesas, incluindo as bases da caligrafia, da pintura, das artes marciais, e, também, da percepção das vibrações do corpo humano na medicina e dos espaços, enfatizado no Feng Shui.
Em princípio, o I Ching era um livro inaugural da dinastia campesina Zhou que por volta de 1.150 a.C. se uniu à poderosa dinastia Shang, tomando a liderança em seu território. Os quatro principais colaboradores da obra foram os dois antigos reis da dinastia XIA, Rei Wen e duque de Zhou, detentores da sabedoria primordial cósmica, o personagem mitológico chamado Fu Xi e, por fim, Confúcio, o popular sábio chinês que teceu “Comentário sobre o Julgamento”.
Uma ótima referência sobre o I Ching pode ser encontrada no livro “I Ching – O Livro das Mutações: Sua Dinâmica Energética”, produzida por Alayde Mutzenbecher. Diferente de uma tradução dos textos, a obra reproduz sinteticamente os elementos da dinâmica energética que podem ser ajustados para compreensão de seus significados, viabilizando uma possível consulta oracular.
O I Ching possui um sistema binário yin-yang que revela hexagramas formados por 8 trigramas com sentidos diferentes: Céu, Terra, Trovão, Vento-Madeira, Água, Fogo, Montanha e Lago. Os trigramas são compostos por duas forças opostas e complementares yin-yang, que formam o baguá, um conjunto de oito trigramas ascendentes ou descendentes dispostos em círculo (Ordem do Céu).
Portanto, o I Ching é composto por 64 hexagramas provenientes da combinação dessas energias primordiais – 8 trigonogramas que se combinam dois a dois e que geram 64 hexagramas.
A tecnologia do i Ching é matematicamente interessante, já que, se pegarmos os 6 traços de cada hexagrama e dispusermos no espaço tridimensional, obteremos a figura de um tetraedro, a única forma geométrica possível.
Nassim Haramein, físico visionário e revolucionário do nosso tempo que dedicou toda a sua vida à pesquisas e pensamentos no campo da física quântica e teorias sobre o hiperespaço, relacionou os 64 ideogramas do I Ching ao Tetragrammaton, uma matriz isotrópica representada por uma grade formada por 64 tetraedros.
Essa geometria, que também pode ser encontrada em templos e esculturas muito antigas (10.000 anos a.C.), a exemplo do templo de Osíris em Abidos, no Egito, e da esfera localizada sob a pata da esfinge na cidade proibida na China, é a base do conhecimento sobre a geometria do universo, segundo Nassim Haramein.
Ainda, Nassim Haramein encontrou nas energias yin e yang uma relação com a dinâmica universal definida por um duplo torus resultante dos vórtices formados pelo anacronismo existente entre a força eletromagnética e a força da gravidade. Sendo assim, as linhas contínuas e descontínuas que representam o yin-yang também representam graficamente os polos da figura geométrica tridimensional, visíveis e ocultos, de acordo com o ponto de vista do observador. Portanto, trata-se de uma matriz fractal tridimensional única que, em um próximo nível, revela a disposição perfeita de 512 tetraedros.