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Clima Espacial ou Clima Especial?

Estamos habituados a prestar atenção na previsão do tempo e no clima de nossos estados e cidades. As fontes meteorológicas nos dizem sobre o clima para os próximos dias da semana, e nos baseamos nestas informações científicas para fazermos escolhas, como por exemplo, saber se no final de semana fará sol ou chuva para planejar uma ida à praia, ou para os que vivem na zona equatorial, como na Guatemala, se prepararem com antecedência se algum furacão se aproximar do Golfo do México. Entretanto, esse não é o único tipo de previsão de clima existente. A meteorologia a que estamos habituados pode ser considerada micro, porém estreitamente conectada a meteorologia macro, que seria o clima espacial.

O clima espacial é baseado na atividade solar e seus ciclos. Os ciclos solares são classificados como máximo solar e mínimo solar. Estes ciclos se repetem a cada 11 anos, onde o Sol, no máximo solar, aumenta sua atividade geomagnética, resultando na aparição de manchas solares na superfície do sol, ou coroa solar. Há também o mínimo solar, período em que as manchas solares cessam suas atividades.

Em 2000 ocorreu o último máximo solar, e o próximo ciclo está previsto para o ano de 2012. Segundo os cientistas, temos que estar atentos ao clima espacial. Para isso foi lançado um novo programa internacional científico chamado “Vivendo Com Uma Estrela” ou International Living With a Star (ILWS), uma vez que os cientistas estão considerando perigoso o que pode ocorrer no ano de 2012 com a vinda do próximo máximo de atividades solares, devido aos estranhos comportamentos que o Sol tem demonstrado nesta última década. “O problema são as tempestades solares – determinar como vaticina-las e o que fazer para se proteger de seus efeitos”, segundo a astrofísica da NASA, Madhulika Guhathakurta, e também presidente do programa ILWS. “Necessitamos avançar neste tema antes que chegue o próximo máximo solar, em torno do ano de 2013”, afirma Guhathakurta.

Para entender melhor sobre essas manchas solares, imaginem-as como “ilhas magnéticas” muito grandes, do tamanho de planetas, ou vários planetas Terra. Estas manchas são conhecidas por expelirem para o espaço, partículas de energia, chamadas também de ventos solares ou tempestades solares, as quais são compostas de elétrons, prótons, neutrinos e plasmas. Uma consequência da interação desses ventos solares com a atmosfera terrestre são as exuberantes auroras boreais. Porém, se estas tempestades de ventos solares forem de alta magnitude, pode ser muito preocupante e resultar em consequências catastróficas para a sociedade contemporânea, altamente dependente da tecnologia, como meios de comunicação, computadores, telefones celulares, satélites artificiais em órbita da Terra, sistemas financeiros, e rede de energia elétrica.

Um grande engano é achar que o sol e a terra são distantes um do outro. Aparentemente estão separados por uma longa distância, 150 milhões de quilômetros, mas com os avanços tecnológicos da Era Espacial, e especialmente em anos recentes, entendeu-se que na verdade não é uma distância longa, mas sim o contrário. Sendo assim, os ciclos solares e suas transformações que compõe este clima espacial interferem diretamente no clima terrestre. “A Terra e o Sol estão interconectados. Já não é possível estudarmos a Terra separada do Sol”, afirma Guhathakurta. Seria como estudar a mente sem relacioná-la ao corpo, uma atitude dissociativa a esses sistemas que se complementam.

Com a finalidade de aprofundar os estudos nas atividades solares, há alguns anos os cientistas batizaram o termo “heliofísica” para descrever o campo científico emergente que estuda o sistema Sol-Terra. Como sinal de reconhecimento da importância do tema, a NASA criou a Divisão de Heliofísica, em seus escritórios centrais, localizadas em Washington DC. As Nações Unidas declararam o ano de 2007 como o “Ano Internacional da Heliofísica”, ou International Heliophysics Year (IHY), com a esperança de impulsionar a participação mundial neste novo campo.

A importância do Sol na vida cotidiana é clara. Talvez seja por isso que os povos antigos, considerados pagãos, o percebiam como uma divindade imanente. As estações do ano estão intrinsecamente relacionadas à sobrevivência de nossa espécie e de grande parte do ecossistema do planeta. As temperaturas de nosso planeta e de nossas águas afetam diretamente na vida de todos os seres, em especial atenção à vida dos sensíveis plânctons, os verdadeiros pulmões e estômagos do mundo, sendo os maiores produtores de oxigênio, bem como a base da cadeia alimentar aquática.

Talvez esteja na hora de a humanidade deixar a prepotência de lado, e parar de se considerar, através de suas máquinas e indústrias movidas a combustível fóssil, a principal causadora de mudanças e desequilíbrio às temperaturas do planeta. Há cientistas, como a Doutora Guhathakurta, que relatam que a fonte dos distúrbios no clima da terra não tem origem apenas na ação humana, e sua catalização no processo de mudança climática, mas sim nas misteriosas transformações das atividades solares, ou seja, no clima espacial, o qual se presentifica a nível microespacial, como clima terrestre.

Coincidência ou não, os antigos Maias da América Central, o povo mais preciso matematicamente que já existiu, profetizou uma mudança global para o ano de 2012/2013. Talvez Kinich Ahau, ou Deus Sol, para os Maias, tenha algo a ver com esta história toda. E talvez, quem sabe, o programa da Doutora Guhathakurta possa nos alertar sobre uma possível anomalia esperada para o próximo máximo solar, ou nos confirmar cientificamente que esta questão toda é apenas um grande devaneio de uma mente com insolação.

Fontes consultadas: http://www.nasa.gov/mission_pages/stereo/news/prelaunch_bios.html

http://www.environmentalgraffiti.com/featured/10-most-incredible-solar-flares-captured-in-pictures/11175

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ibrahim

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