breves considerações dos #protestos
“A sociedade como um todo não oferece nenhuma salvação, mas apenas as próprias rotas das pessoas e os lugares” (Phil Baker)
BREVE HISTÓRICO
Os cidadãos estão se pronunciando, fazendo filmes e discutindo. O sonho do centro de mídia independente virou realidade através do youtube, blogs e redes sociais, mas o que acontece na internet é um eco polifônico de opiniões sobre os conflitos que tomaram as ruas contra o aumento das passagens na grande Vitória. Ao que tudo indica, uma linha cada vez mais tênue separa as cidades das manifestações de rua. O fenômeno tem se mostrado em escala global e as razões são várias.
No Brasil os protestos contra o aumento das tarifas estão cada vez mais recorrentes e espalhados pelo país. Atualmente, além de Vitória, Teresina – PI, Aracajú – SE, Uberlândia – MG e Campinas – SP estão criticando nas ruas o aumento das passagens.
Protestos em Teresina – Piauí
O movimento que começou anos atrás como MPL (Movimento Passe Livre), após conquistas para os alunos da rede pública atualmente atende por MCA (Movimento Contra o Aumento), ele é composto majoritariamente por estudantes, mas costuma agregar trabalhadores e desempregados conforme as manifestações mobilizam a sociedade, como aconteceu nos anos anteriores.
Os últimos acontecimentos
Após a confirmação do aumento das passagens para o domingo (08/01) as mobilizações na internet começaram a surgir. Indignação e criatividade (uma série de montagens caseiras e ilustrações) tentavam mobilizar as pessoas. Os convites foram feitos.
Quarta feira (11/01/2012)
Ficou marcada para quarta-feira (11/01) uma manifestação que “pararia Vitória”. Não ficou marcado o incêndio de um ônibus, nem a violência e cavalgada policial. Quinta feira aproximadamente 90 manifestantes (número da PM) abriram as cancelas da 3ª ponte por 1h e meia. A abertura do pedágio e o incentivo ao não pagamento da tarifa de transporte público durante as manifestações são ações questionáveis do ponto de vista jurídico, mas configuram ações de exceção durante os protestos, visando “minimizar”, segundo o discurso do MCA, os transtornos causados à população. Diferente de incendiar um ônibus que é um vandalismo infrutífero tanto para a empresa, a população e o movimento, mas investigações policiais darão conta dos responsáveis, embora o prejuízo social e de imagem ficarão marcados nas manifestações esse ano.
Invasão da 3ª ponte
Considerações do filósofo e professor Maurício Abdala sobre o aumento da passagem:
“Para me convencer de que o aumento das passagens é necessário, não adianta o Governo do Estado e a Prefeitura de Vitória me apresentarem planilhas com variação de preços de combustível, insumos ou salários. Só me convenço de que é impossível manter o preço se me levarem a casa de algum empresário do setor e me mostrarem que ele está passando dificuldades e não pode dar sua parcela de contribuição para um momento de crise. Pois, para atrasarem obras e negarem reajustes a servidores, apelam sempre para a compreensão do povo em função da crise. Esse discurso não poderia também ser feito aos empresários, já que o povo que paga as passagens está em crise há décadas? Por que seus lucros nunca podem ser menores?”
O futuro não está escrito, mas se ele quiser ter um horizonte menos violento e caótico, o diálogo e a compreensão precisam ser exercitados agora. O movimento é polêmico, às vezes controverso, mas aberto. Um exercício da democracia se souber respeitar o direito alheio, vamos ver se o diálogo nascerá no meio do asfalto.
Cuidem-se, sempre.
Fotografias: Yuri Barichivich
Vídeos: Usuários do youtube
as imagens estão em branco no chrome e no IE.
Estranho Alamir, estou usando o chrome e funcionou legal. Tirando um leve bug quando são vistas por cima das incorporações do Youtube.
Muito bom e inspirador o texto, de verdade. Mas acredito que já tenha pasasdo do limite e pelo que tenho observado o governo não parece aberto a esse diálogo civilizado. Quem já passou situação extrema de ficar vários anos da sua vida dependo so sistema transcol pra percorrer distâncias longas não quer mais saber de diálogo. Tem muita gente aí querendo queimar um ônibus por dia e será que estão errados?
A Petrobrás vem aí e a situação vai piorar drasticamente! Vamos ficar só no diálogo?
Abs!