Cinema é o que passa na tela do cinema!
Os avanços tecnológicos influenciaram o mundo do cinema com efeitos especiais e técnicas de gravação distintas. Processos como telecinagem e transfer permitem que os filmes tenham trânsito livre entre o registro digital e fílmico. Existem projetores de película 24mm e projetores digitais trabalhando com o mesma proporção cinematográfica. Afinal, o que é cinema hoje? Cinema é uma manifestação cultural com alto grau de influencia política e social que prosperou desde a invenção do cinematógrafo. Portanto, é um entretenimento que teve origem no filme (por isso ligamos o conceito de cinema à utilização da película fotográfica).
Os aspectos clássicos do cinema foram transformados pela cultura de massa e pela inclusão do computador na produção cinematográfica. Utilizando técnicas conversoras de dados para dispositivos gráficos, o cinema se reinventou no vídeo. É importante lembrar que os formatos analógicos que antecederam o vídeo digital (8mm, 16mm, Betha, VHS, mini-DV) se tornaram mais acessíveis e manuseáveis, abrindo caminho para a popularização da linguagem audiovisual.
A computação gráfica é um produto da Matemática desenvolvida durante centenas de anos (de Euclides à James Sylvester) que ampliou as possibilidades de criação do cinema. A primeira finalidade da computação gráfica elaborada no final da década de 1950 era resolver questões militares norte-americanas (sistemas de defesa e simuladores de vôo). Em contrapartida, Alfred Hitchcock utilizou imagens feitas em computador na abertura do filme “Um corpo que cai“, em 1958, exibindo formas gráficas centralizadas em rotação constante. Obra do músico e animador John Whitney, responsável pela primeira imagem criada por computador.
Dessa forma, o cinema hibridizou suas potências com o vídeo, que se tornou a saída mais coerente para a produção audiovisual descentralizada e independente, distante dos custos e da dominação do modelo de cinema em voga. A internet ajudou a sobrepor as barreiras privadas do conteúdo, desarticulando a exibição exclusiva das salas de cinema e desorganizando a distribuição autorizada. Filmes são vistos em dispositivos eletrônicos em diversos formatos, a sala de exibição se tornou apenas uma opção luxuosa. Tentativas de compreensão do processo de transformação do devir cinematográfico ressurgem por meio de blogs, cineclubes e coletivos artísticos que comprovam a eficiência do vídeo digital e dos efeitos gráficos computadorizados para produzirem uma nova metodologia audiovisual – ou um novo mercado!