XIV Fórum Internacional de Criatividade e Inovação
Solução Criativa de Problemas: o caminho assertivo para a inovação. Esse foi o tema do XIV Fórum Internacional de Criatividade e Inovação realizado em Vitória pela Fundação Brasil Criativo. O Expurgação esteve presente e registrou informações importantes sobre esse tema que também trata de desenvolvimento social e econômico de comunidades e territórios, portanto, diz respeito à geração de renda e à inclusão social.
Nesse período de dificuldades em que o Brasil se encontra, atitudes criativas são o caminho mais acessível para obter recursos através de investimento em novos negócios e oportunidades. Como prova disso, a IBM lançou o documento “Capitalizing on Complexity”, em 2010, revelando que liderança e criatividade são atribuições de fundamental importância para o entendimento da complexidade global. Concordando com isso, devemos enxergar a criatividade como uma competência fundamental para provocar transformações na cultura empreendedora, principalmente se for tratada como uma poderosa habilidade que pode ser aprendida e desenvolvida. É isso, criatividade não é um talento!
Isso quer dizer que existem técnicas que orientam os processos criativos e que estimulam ideias ou “insights”. Por exemplo, exercícios experimentais que visam o aprimoramento de produtos, ou modelos originais de processos criativos contendo etapas bem definidas e conceitos metafóricos evidentes.
O princípio básico dessas técnicas é o conhecimento do pensamento divergente ou dinergético e o controle do pensamento convergente ou cartesiano. Falando resumidamente: “pense fora da caixa, mas apresente a ideia dentro da caixa”. Para tanto, é preciso adiar o julgamento de ideias co-criadas em princípio, experimentando linguagens e fantasiando situações para num segundo momento padronizar características abordadas de acordo com o conhecimento atingido. Então, num terceiro momento é permitido julgar, analisar e escolher a melhor alternativa para solucionar um problema ou uma necessidade.
Porém, além da efetividade das técnicas há o consenso entre os profissionais criativos de que a mobilização de parcerias e apoios para a realização de brain storms coletivos é, sem dúvida, a iniciativa mais importante para uma ideia original se transformar em um projeto realizável. Logo, encontrar tempo e facilitar apoio para a experimentação coletiva é um dever do líder que precisa pensar nas pessoas, no ambiente, no processo e no produto ao mesmo tempo (James Melvin Rhodes, 1961).
Não é fácil ser líder de equipes formadas por multigerações que indispensavelmente buscam a inovação. Além disso, inovação é um termo impreciso que não gera consenso. Mas o fato é que no curso das transformações apreendedoras-empreendedoras dessa hipermodernidade civilizatória, a polivalência da criatividade continua impulsionando a cidadania e provocando mudanças de valores.
É o que podemos constatar analisando os recentes conceitos de cidades criativas, participativas e inteligentes, que apontam para soluções colaborativas e inovadoras para problemas de qualquer escala. Um excelente exemplo é a cidade portuguesa de Óbidos. Nesse sentido, a tecnologia e o design têm um papel importante e até decisivo. De outra maneira, é necessário criar conexões contundentes entre instituições públicas, privadas e a sociedade civil organizada para a concentrar esforços mantendo a integridade e a visão holística da complexidade.
O Expurgação, além de ser uma empresa, também é um coletivo que investe energia na construção desses novos valores através da dimensão cultural, e compartilha algumas visões para esse tema. A primeira diz respeito ao alcance de interesses econômicos sem perder de vista as associações por cultura entre empreendedores que potencializam o engajamento das pessoas às ideias e aos projetos.
A segunda trata da ampliação do pensamento sistêmico ou da percepção da conjuntura onde estamos inseridos com o objetivo principal de mudar a relação de um trabalho alienante e obrigatório para uma relação criativa de protagonismo e prazer pela labuta. A terceira visão define a questão da liderança como uma dinâmica de posição versus a necessidade, ou seja, ora devemos atuar como líderes perenes, e em alguns casos como líderes temporários, a exemplo da participação projetos pontuais em que a equipe formada tem um prazo para atuar, com início e fim de ciclos de trabalhos diversificados.
Fotografia: Nathalia Madeira