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Inovação Remota da Imperfeição 2/2

Mas o que a imprecisão da linguagem genética pode significar além de um gesto aleatório criativo? A questão é: quem ou o que permite que se decida por uma diferença, ou pela não programação?

Segundo Amit Goswami, a matéria não pode processar significados ou organizar a consciência, logo, a matéria não pode produzir significados e consciência com epifenômenos adaptativos dentre os quais a natureza pode selecionar. Isso porque o cérebro é um aglomerado de partículas elementares (elétrons, prótons e nêutrons), de possibilidades quânticas. Portanto, de acordo com Amit Goswami, as mudanças podem se acumular como possibilidade quântica até a consciência causar o colapso súbito do conjunto adequado de mudanças em uma única e nova gestalt. Por exemplo, a Biologia atenta para novas evidências que sugerem que bactérias quando ameaçadas de privação em massa, aceleram sua própria velocidade de mutação para se tornarem uma nova espécie.

De outra forma, a Biologia utiliza o conceito de Campos Morfogenéticos para explicar o desenvolvimento de um embrião até a fase adulta. Campos Morfogenéticos criam as formas biológicas, sendo assim, a célula se diferencia por programas que permitem que diferentes conjuntos de genes criem diferentes conjuntos de proteínas funcionais. Isso quer dizer que os campos morfogenéticos propiciam a diferenciação física dos organismos, ao passo que desenvolvem a capacidade intelectual dos Reinos, que criam novas linguagens, capazes de interferir na própria linguagem genética.

Não sendo a consciência um epifenômeno do cérebro, onde se localizam esses campos morfogenéticos, nos genes, indaga Amit Goswami? O próprio Amit responde: os campos morfogenéticos não guiam a forma física por interação direta; na verdade, a consciência usa os campos morfogenéticos como projetos que direcionam a escolha de uma forma específica, dentre milhares de possibilidades quânticas da matéria. O corpo físico, portanto, é uma representação dos campos morfogenéticos. Essas representações são as formas programadas e dotadas de propósito dos corpos biológicos.

Isso significa que nós podemos ser projetistas não-locais, usuários das funções biológicas mapeadas pelos campos morfogenéticos. Isso quer dizer que existe a possibilidade de o princípio da diferenciação ocorrer em um estado transcendente e natural, aberto às possibilidades quânticas. Amit Goswami considera que, na física quântica, os objetos são representados como possibilidades (uma onda de possibilidade); entretanto, quando um observador observa, as possibilidades entram em colapso e se tornam uma realidade (a onda se torna a partícula após o colapso). Este é o núcleo da Teoria da Evolução Criativa das Espécies, afirma Amit. Dessa maneira, o condicionamento a um agenciamento fisiológico de um corpo se dá forma restrita não criativa, egocêntrica, ao contrário da transcendência (salto quântico) que sobrepuja os estímulos padronizados ou habituais conectando a consciência às possibilidades oferecidas pela dinâmica quântica.

Sendo assim, a inovação é um termo fecundado pelo destaque da imperfeição identificada, e, considerando que os campos morfogenéticos residem fora do gene (epigenéticos), escolhido pela consciência agenciadora do processamento cerebral e representativo do significado mental. Por fim, esse estado criativo consciente é descoberto por meio da experimentação motivadora de surpresas que mostram que o processo criativo é descontínuo e errante entre os mundos de possibilidades quânticas, ou seja, a criação excede o mundo físico da quântica newtoniana.

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