Irá libertar-me dessa roda gigante, da falta de novidades, da repetição de ser aquilo que já fui? Deixará de ser ranzinza, embriagado por vencer, levando legiões com você? Pensa que é caminho, pensa que é pai do tempo. Pois sim, é pai do tempo, mas caminho não há quando se chega a nenhum lugar. Irá me libertar? Pois, Epifania, senhora sua mãe, naquele dia me cochichou, suspirou balbucias de realidade venenosa e de áspera realização. Dentro dos meus poros ouvi e vi, o que de mim escondia: o último suspiro seguido pelo primeiro berro. Agora, impotente, vejo-me arrastando tudo aquilo que já fiz, como um demente, sem ação e nem dentes. Porém, você, que é louco pela ironia, no seu sofá, assistindo a novela do meu dia, fingi agora ser bom e fiel, amoroso, um mel – o santo e o seu criado. Cobre-me de beijos, lambe o meu pescoço, oferece-me o cú. Tudo pra eu não ver e assim, repetir. Suspirar e morrer, nascer e berrar.
Irá libertar-me dessa roda gigante, da falta de novidades, da repetição de ser aquilo que já fui? Deixará de ser ranzinza, embriagado por vencer, levando legiões com você? Pensa que é caminho, pensa que é pai do tempo. Pois sim, é pai do tempo, mas caminho não há quando se chega a nenhum lugar. Irá me libertar? Pois, Epifania, senhora sua mãe, naquele dia me cochichou, suspirou balbucias de realidade venenosa e de áspera realização. Dentro dos meus poros ouvi e vi, o que de mim escondia: o último suspiro seguido pelo primeiro berro. Agora, impotente, vejo-me arrastando tudo aquilo que já fiz, como um demente, sem ação e nem dentes. Porém, você, que é louco pela ironia, no seu sofá, assistindo a novela do meu dia, fingi agora ser bom e fiel, amoroso, um mel – o santo e o seu criado. Cobre-me de beijos, lambe o meu pescoço, oferece-me o cú. Tudo pra eu não ver e assim, repetir. Suspirar e morrer, nascer e berrar.