I-Ching.
“A simplicidade do I-Ching é espantosa, muito por ser uma simplicidade que carrega uma capacidade geradora e construtiva; um espelho do funcionamento da natureza onde a estrutura se encontra representada, visualmente e metaforicamente.”
Fragonoix Willhem
O I-Ching é um método de representação e leitura do universo, baseado na divisão do uno em duas forças, opostas e de mesmo peso. Essa dicotomia pode ser observada nas estruturas naturais – conseqüentemente, nas representações que o homem faz destas – e também no universo dos conceitos, na divisão em preto/branco, feminino/masculino, terra/céu, fundo/figura, sendo representado, a um nível superior, por duas forças denominadas yin e iang.
Essas duas forças dinérgicas – representadas no I-Ching por uma linha dividida (yin) e uma indivisa (iang) –, quando somadas, ganham novas representações, diferentes e mais complexas. Esse conceito seria transformado, muito posteriormente, no sistema binário dos computadores com a utilização do 0 e do 1 como os dois elementos opostos, os elementos primordiais que, quando multiplicados, assumem diferentes concepções.
No I-Ching, as linhas formam oito tríades, que podem ser unidas no Pa Kwa, representando assim, as oito direções, ou seja, os pontos cardeais e colaterais da rosa-dos-ventos. Representam também conceitos como penetração, acolhimento, alegria serena, imbolidade, luz, perigo, permeação e movimento, entre outras analogias à fenômenos naturais, parentes, animais, partes do corpo, etc.
A soma das tríades resultam num quadro de 64 hexagramas, ganhando novos conceitos e representações. Esses hexagramas podem ser lidos de um modo racional, analisando as linhas à partir da divisão em tríades, combinando os conceitos somados. Pode-se observar com uma aproximação ainda maior os diferentes conceitos das linhas, que relativizam-se de acordo com a posição que aparecem no hexagrama. Contudo, a representação gráfica pode ser lida de um modo mais subjetivo, apenas com a observação do símbolo gráfico.
O uso do I-Ching como oráculo era feito pelos antigos chineses com cinquenta varetas. Curiosamente, uma era retirada no início, talvez representando a escolha do consulente (a teórica e invisivel sétima linha). Depois de devidamente manipuladas, em um processo lento e meditativo, os resultados eram somados através de dois valores: 2 e 3. As somas podem resultar os números 6, 7, 8 ou 9. Os números ímpares são linhas contínuas e, os pares, linhas divididas.O 6 e o 9, no entanto, são linhas flutuantes/móveis. Forma-se o hexagrama inicial e, em seguida, altera-se a polaridade das linhas móveis, gerando um hexagrama análogo.
O I-Ching foi estudado por Terence McKenna, como dito anteriormente neste mesmo blog. Jung, Leibniz e outros também criaram novas raízes para o I-Ching dentro da ciência. Um estudo mais recente relaciona o I-Ching com o DNA humano. As aplicações da noção e desenvolvimento do I-Ching podem ser vistas em diferentes áreas da expansão do conhecimento e da consciência humana.
Links relacionados:
Yijing Algebra
http://www.yijing.co.uk/
An Ancient and Occult Genetic Code
http://www.battleax.org/NATASHA/CODE01.HTM
Binary and Octal Numbers / Ba Gwa and Yi Jing Numbers
http://www.chinapage.com/classic/iching/binary.html
Não sei se vc reparou, mas no Holly Mountain, do Jodorovsky, aparece um bocado disso…
To doido pra ver um especialista em semiótica falando desse filme !
Abraços aê !