I Ching: Dinâmica das Mutações

I Ching: Dinâmica das Mutações

É intrigante a possibilidade de o I Ching ter sido transmitido à nossa civilização através do contato com civilizações super avançadas e antigas. Conta a lenda que Fu Xi viu os traços das energias primordiais no dorso de um cavalo-dragão que saía das águas. Por isso, Fu Xi vislumbrou vínculos entre céu e terra e pode ensinar atividades como a agricultura, artesanato e pesca aos povos nômades asiáticos, e assim esses povos puderam delimitar os primórdios do território chinês.

Carapaça de tartaruga com inscrições do I Ching.

Carapaça de tartaruga com inscrições do I Ching.

Existem diversas relações entre o I Ching e a geometria sagrada do tetragrammaton descrita por Nassim Haramein, assim como também existem fortes ligações com os remanescentes encontrados que nos fornecem informações sobre as antigas civilizações, pré e pós diluvianas, que utilizavam tecnologias que ainda estamos tentando compreender.

É o caso de descrições sobre engenharia genética encontradas em textos sumérios que sugerem que a nossa espécie é o resultado da manipulação de DNA por espécies mais inteligentes e avançadas. Assim, torna-se curioso o fato de quatro bases (A-C-G-T) tomadas três a três gerarem 64 combinações possíveis – assim como o I Ching. Ou seja, o código genético é constituído por 64 códons que podem formar 24 aminoácidos diferentes (mas que formam 20 aminoácidos de acordo com a redundância – uma particularidade do código genético em que um aminoácido é codificado por diferentes códons).

Diagrama do I Ching enviado para Leibniz por Joachim Bouvet.

Diagrama do I Ching enviado para Leibniz por Joachim Bouvet.

Outra curiosidade do I Ching, dessa vez mais conhecida, diz respeito à máquina inventada por Alan Turing que quebrou a criptografia das mensagens do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial. A máquina de Turing, que desempenhou um papel decisivo na criação do computador moderno, também guardou um paralelismo direto com o primeiro sistema de numeração binário moderno (1705), concebido por Gottfried Wilhelm Leibniz, tal como o sistema numérico binário utilizado nos dias de hoje.

Por sua vez, Leibniz , que considerava que a codificação binária era a chave de uma linguagem universal, atribuía o mérito de sua invenção aos chineses, vendo nos hexagramas do I Ching os restos de uma aritmética binária em que os números binários eram representados por figuras esféricas. A crença de Leibniz em uma codificação digital universal encarnava um princípio de máxima diversidade: complexidade infinita a partir de regras finitas.

Níveis energéticos dos hexagramas.

Níveis energéticos dos hexagramas.

A função oracular do I Ching é bastante discutida no ocidente, e se dá através de uma consulta (jogo) que consiste na utilização de varetas ou moedas que definem a energia yin ou yang e que formam as linhas dos hexagramas passíveis de leitura, dentre os possíveis 64 hexagramas.

O I Ching seria então um instrumento útil para medir os vórtices em que vivemos captando as vibrações do presente, ao contrário de predizer o futuro. A pergunta levantada deve ser simples e clara, pois a formulação já contém, intrínseca, a sua resposta. Por exemplo, C.G. Jung, baseou-se no I Ching para elaborar a sua teoria da Sincronicidade, sabendo que nessa dinâmica nada é por acaso.

Consultando o I Ching através de varetas.

Consultando o I Ching através de varetas de mileofólio ou de bambu.

Assim, podemos observar que o potencial que permeia as mutações sublinha um constante equilíbrio de forças – espelho do proceder da natureza. Quanto antes a nossa civilização compreender os influxos presentes abordados no I Ching, melhor poderemos atuar e evoluir. Por fim, assim como destacou Alayde, cabe a nós leitores do terceiro milênio saber transferir as implicações deste sistema para o nosso mundo.

“Sábio é aquele que discerne as riquezas ocultas, e o Venerável Ancestral das Mutações é um verdadeiro mestre nessa arte!”

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