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Momento Videocrático

por Raphael Gaspar

As descobertas que transformam a sociedade têm origem na pesquisa científica, no avanço tecnológico e na própria ação prática que trama o tecido social. A diversidade de processos que o meio dispõe às pessoas provém dinamismo comunicativo e aprofundamento das questões disciplinares e culturais. No entanto, a informação difundida na operação do tear não é transmitida de forma direta ao tecido cosido, senão pela perfeição do resultado ou pelo desastre de uma manipulação incoerente. Examinando os agentes orgânicos desse tear mecânico, visualizamos que a informação necessária para operar os fios do conhecimento não se converte em conclusão unânime, algumas vezes em nenhum entendimento – é preciso buscar sentido!

Os aspectos criativos do modo operante não seguem padrões exatos, de modo que movimentos voluntários e involuntários ditam o ritmo e a harmonia do tecer social. O Coletivo Expurgação busca compor e entender esse movimento aparentemente automático depurando seus elementos performáticos para romper com a normalidade do processo de aprendizagem. Identifica a diferença e a exibe de várias formas, envolvendo diversos agentes, até que surja o sentimento de pertencimento. Para tanto, O Coletivo Expurgação possui três características essenciais: interdisciplinar, colaborativa e experimental, que visam enriquecer a cultura no fluxo da rede distribuída no espaço físico e digital – matéria da linguagem. Ambos são territórios livres para disposição de conteúdos mistos: texto + imagem + som.

São orientadores da comunicação intelectual e artística do coletivo porque refletem significados fotográficos escondidos na realidade urbana e na natureza das formas. Isso também vale para o virtualismo do conteúdo da internet que, embora esteja em expansão ciberespacial, mantém o seu acesso restrito e sua essência privada. Incluir digitalmente todas as camadas sociais através da profusão de dispositivos eletrônicos e do desenvolvimento das telecomunicações ainda é uma meta.

O vídeo é um importante aliado dessa meta, já que apresenta características híbridas compatíveis com os formatos utilizados nos aparelhos digitais, nas mídias físicas e na internet. Em primeira análise o vídeo tem funções (prática, estética e simbólica) regidas pelo caráter documental e narrativo. Mas o emprego da primeira análise no campo da produção se desdobra em muitos outros devires e classificações. Por exemplo, vídeo como arte, como entretenimento, como notícia, como gênero, como exercício… como linguagem.

De fato é impossível falar em vídeo como linguagem sem que se fale em comunicação como uma necessidade indispensável ao ser humano, aos animais e a todo ser vivo que possa existir no universo. Considerando o presente contexto histórico, podemos dizer que a linguagem é a mensageira dos princípios, dos limites e das leis universais. Por isso o homem limita a linguagem à sua escala se colocando na condição de intérprete consciente desse processo que dá sentido aos objetos, dizendo-se criador de linguagens.

Trabalhando a linguagem do vídeo o homem diversifica, compreende e aprimora as formas de comunicação e consequentemente de aprendizado. O Coletivo Expurgação acredita que a videografia, por mais simples que seja a sua concepção, representa um exercício de multilinguagem e expressão com princípio autonarrativo.

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