Lágrimas do Rio Doce

Lágrimas do Rio Doce

O maior desatre ambiental da história do Brasil continua sem definições claras sobre a responsabilidade jurídica e administrativa pelos danos causados à Bacia do Rio Doce e à sociedade. Ainda não foram definidas indenizações para todos os afetados pelo rompimento da barragem, não há limite financeiro estabelecido para a recuperação socioeconômica e ambiental das áreas atingidas, e o fundo de 4,4 bilhões que será “doado” pelo conjunto empresarial Samarco, Vale e a anglo-australiana BHP, criado mediante acordo para o período 2016-2018, será administrado pelo próprio conjunto privado. Aos estados competirá a decisiva tarefa de fiscalizar o programa de recuperação instaurado.

Desastre do Rio Doce!

Sensibilização ambiental através de imagens. (Foto: Leonardo Merçon)

Enquanto cinco milhões de m³ de rejeitos continuam a descer para a Bacia do Rio Doce só em 2016, ONGS sustentam por conta própria projetos que buscam arrefecer os efeitos catastróficos. A ONG WWF contribui para a recuperação das principais nascentes do Rio Doce, assim como o Instituto Terra, ONG criada pelo fotógrafo Sebastião Salgado. A ONG Justiça Global vai enviar nos próximos dias denúncia à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Organização dos Estados Americanos (OEA). O Instituto BioAtlântica articulou o Programa de Disponibilidade de Água do Rio Doce (PDA Doce). Voluntários também contribuem como podem, a exemplo do mecânico capixaba Hélio Dias Vasconcellos que doou 500 mudas de árvores nativas produzidas por ele mesmo para recuperar as matas das nascentes do Rio Doce.

Desastre do Rio Doce!

Desastre do Rio Doce! (Foto: Leonardo Merçon)

Outra iniciativa que vem ganhando destaque é a campanha de crowdfunding (financiamento coletivo) realizada pelo Instituto Últimos Refúgios para arrecadar fundos e assim seguir em frente com o projeto ‘Lágrimas do Rio Doce‘, que mostra de forma independente a realidade e as consequências do desastre que ocorreu em princípio na cidade de Mariana/MG, e impactou grande parte da extensão do Rio Doce desde Minas Gerais até o Espírito Santo.

O projeto busca sensibilizar a sociedade em torno da tragédia que continua vitimando famílias e meio ambiente. Leonardo Merçon, presidente do Instituto acredita que chamando atenção para o problema é possível gerar pressão popular que faça com que medidas mitigatórias eficientes sejam tomadas para apoiar as vítimas da tragédia e contribuir para a recuperação do Rio Doce.

O Expurgação é parceiro dos Últimos Refúgios e apoia a iniciativa divulgando e colaborando com a campanha de patrocínio colaborativo do projeto Lágrimas do Rio Doce. O principal objetivo do projeto é difundir informações acerca da tragédia, por meio da criação de um acervo digital constituído por fotografias, vídeos e depoimentos que registrem a realidade local da fauna, da flora e de moradores. Todo o material produzido será transformado em produtos culturais, apresentações, exposições, artigos, vídeos e afins, capazes de multiplicar a sensibilização ambiental, sobretudo com educação ambiental envolvendo crianças.

Nós acreditamos que imagens têm o poder de mudar o curso da história e inspirar mudanças positivas. Não vamos deixar o mundo esquecer do que aconteceu com o nosso Rio Doce. Vamos dar voz aos mais vulneráveis, que sofrem com as consequências do desenvolvimento insustentável e a qualquer custo. Participe também!

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